27 de agosto de 2016

Em junho de 2016 o Município de Lagos inaugurou o Núcleo Museológico Rota da Escravatura, instalado no edifício conhecido como Mercado de Escravos. O equipamento assinala o papel de Lagos no tráfico de pessoas escravizadas e a presença destas na cidade desde meados do século XV ao século XIX. Um equipamento museológico que conta com a colaboração do projecto “Rota do Escravo” da UNESCO e que pretende reavivar a memória deste capítulo central e tão violento da História de Portugal. 

Com o objetivo de conhecer este novo espaço museológico, a Djass – Associação de Afrodescendentes organizou uma visita guiada com partida de Lisboa, na qual participaram algumas/uns associadas/os
Além do Mercado de Escravos, o programa incluiu uma passagem por alguns dos pontos do percurso “Lagos na Rota da Escravatura”, nomeadamente o Vale da Gafaria e a Igreja de São Sebastião.
No Vale da Gafaria, local onde existia a maior lixeira da urbe medieval e moderna, foram exumados em 2009, durante as obras de construção de um parque de estacionamento, 158 esqueletos que se confirmou serem de pessoas escravizadas vindas do continente africano. A posição fetal e as mãos manietadas de alguns dos esqueletos encontrados indiciam que essas pessoas possam ter sido enterradas vivas. Apesar da importância deste achado, o parque de estacionamento previsto para o local foi construído, sem que se tenha assegurado a salvaguarda e memorialização do local, apesar da existência de uma discreta placa informativa.
A Igreja de São Sebastião, em 1555, acolheu a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, confraria na qual podiam ingressar negros escravos e libertos, prestando-lhe apoio em caso de necessidade, por exemplo auxiliando-os nos enterramentos ou na angariação de verbas para algumas alforrias.

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