17 de setembro de 2016 – Casa dos Direitos Sociais / Auditório Fernando Pessa  (Lisboa)

Partindo da apresentação de alguns projetos educativos e de investigação, esta sessão teve como objetivo debater o papel da Educação como território de produção e reprodução de ideias discriminatórias que potenciam desigualdades, mas também como poderosa ferramenta de combate anti-racista e de construção de uma sociedade mais consciente, democrática e igualitária.

Teve como oradoras convidadas:

  • Ana Josefa Cardoso, doutoranda em Linguística na Universidade Nova de Lisboa. Desenvolve trabalho e investigação nas áreas de Cabo-verdiano, Bilinguismo e Aquisição de L2 (Língua segunda). Participou numa iniciativa pioneira no ensino público português, que introduziu o ensino bilingue cabo-verdiano – português numa turma do 1.º ciclo do ensino básico no Agrupamento de Escolas Vale da Amoreira, concelho da Moita, entre 2008 e 2012, projeto que apresentou nesta sessão.
  • Cristina Roldão, doutorada em Sociologia, investigadora do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE-IUL. Nesta sessão partilhou os resultados de pesquisas recentes em que participou, realizadas com base em estatísticas oficiais, que serviram de ponto de partida para uma discussão sobre a situação dos afrodescendentes no sistema educativo português do ensino básico ao superior, a forma como as políticas educativas implementadas em Portugal na última década influenciaram a relação entre os afrodescendentes e a escola e a utilidade de conceitos como racismo institucional e segregação étnico-racial para o debate sobre a democratização escolar.
  • Marta Araújo, doutorada em Sociologia da Educação pela Universidade de Londres e Investigadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-UC). Falou-nos nesta sessão sobre o projeto de investigação “«Raça» e África em Portugal: um estudo sobre manuais escolares de história”, que decorreu entre 2008 e 2012 sob a sua coordenação. Este projeto teve como objetivo principal a análise interdisciplinar da (re)produção do eurocentrismo nos manuais de história do 3.º ciclo do ensino básico em Portugal e da forma como ele naturaliza a ausência da história de África e invisibiliza o racismo, alimentando visões estereotipadas sobre África e o “outro” negro/africano.​


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